Autopsicografia
O poeta é um fingidor Depois do encontro na poesia, o encontro em Lisboa
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim na calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
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