sábado, 25 de dezembro de 2010

Natal

Difícil explicar porque se gosta e não se gosta de uma coisa ao mesmo tempo. Acontece comigo quando tenho que explicar que gosto e não gosto ao mesmo tempo do Natal.
Gosto do lado litúrgico, mas me incomoda que só se curta o lado comercial. Poucos eu vejo falar no que se comemora no Natal, o que fez e faz com que esta noite seja, ou ao menos deva ser, feliz. O minguado 13% tem milhões de olhos sobre. Caixinhas e listinhas e, se formos contribuir com todas, acabamos sem nada.
Natal e fim de ano andam de par. Estamos cansados do ano de trabalho e temos que nos submeter a ruas e lojas apinhadas de gente, pois se convencionou que fraternidade e amizade se traduzem em presentes ou "lembrancinhas". E a gente acaba presenteando por obrigação e convenção quem nada tem a ver com a gente. Quem tornou da vida da gente um quase inferno e que, certamente, se continuarmos trilhando a mesma estrada, continuarão a nos infernizar. Mas é Natal... época de perdão, mesmo que no dia seguinte, nas semana seguinte, se puder a gente enforca todos os que mereceram nossos sorrisos, abraços e lembrancinhas...
Fiquei pensando em como seria o meu Natal ideal...
Queria muito que o Natal fosse um momento de reflexão.
Que fosse um momento de paz para refletir sobre o próprio sentido de se ser humano.
De refletir sobre o que é amor e perdão.
De refletir sobre a importância de ser a ponte que une e não o muro que separa.
Queria que o Natal fosse um momento de descanso depois de um ano de labuta.
E que no nosso silêncio interior, pudéssemos acordar a Fé, que por vezes fica adormecida no meios dos revezes do cotidiano.
Queria que fosse o momento de louvar o Senhor por suas maravilhas e agradecer ao Espírito que desceu do mais alto degrau da evolução para se tornar o Cristo encarnado que veio ensinar a humanidade a amar e perdoar.
Queria a estrela da festa fosse esse Espírito que encarnou pobre para chamar a atenção para a verdadeira riqueza e cuja grandeza estava na humildade e simplicidade.
Queria que o Natal não fosse tão comercial.
Queria que o frenesi de compras, liquidações e ofertas não transformassem as coisas em confraternizações por convenção, em dar presentes por obrigação, em demonstrar alegria, em se estar "feliz", mesmo quando não se está em paz.
Queria que não fosse uma época de chantagens emocionais que nos chegavam pelo correio e pelos meios de comunicação e agora nos chegam também por e-mail.
Por isso neste Natal ofereço a você uma Oração. Não descobri seu autor, mas penso que ele, assim como eu desejaria que a verdadeira Estrela da festa não fosse esquecida.
Que em 2011 todos os dias sejam repetições do lado bom do Natal - o do amor, da fraternidade, do perdão. Que haja luz de milhões de estrelas iluminando os dias e harmonia no coração de todos os homens.

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