sábado, 7 de março de 2009

Criacionismo e Darwin

Meu Cantinho teve umas férias forçadas. Mas aqui estamos de volta com um texto interessante que foi publicado no Jornal ODia,

Rio - Em fevereiro, comemoramos 200 anos de nascimento do naturalista inglês Charles Darwin e 150 anos da publicação do seu livro mais famoso, “A Origem das Espécies”. A História ocidental é dividida em AC e DC — antes e depois de Cristo. Mas também pode ser definida como AD e DD — antes e depois de Darwin. Suas idéias foram revolucionárias. Mudaram o modo como entendemos o mundo, pois tratam da origem da vida.
Na época de Darwin, acreditava-se no criacionismo. Deus teria criado todas as formas de vida e feito o homem a sua imagem. Darwin mostrou que o homem e os primatas têm um ancestral comum e que somos o produto de milhões de anos de evolução. E que o mundo não foi criado por alguém.Cada um é livre para acreditar no que quiser, desde que sua crença não prejudique outras pessoas. Há quem guie a vida pelo horóscopo e decore a casa segundo feng shui. Mas essas superstições não são ensinadas em aulas de ciências. É estarrecedor que, no Século XXI, o criacionismo seja.
A mitologia grega, o criacionismo e outras fábulas podem ser dados em aula de Religião, não de Biologia. Galileu provou que a Terra não é o centro do Universo. Quem ensina o contrário? Dizer a sério, fora do estudo bíblico, que a mulher nasceu da costela de Adão é pior que ignorância. É má-fé, com a intenção deliberada e criminosa de negar informação ao jovem, para dominá-lo ideologicamente. Que tipo de adulto é formado numa escola que confunde misticismo e razão? Alguém manipulável pelo fundamentalismo e que não foi estimulado a questionar.
Se ensinam criacionismo em aula de Ciência, por que não lecionam alquimia? Aprender a transformar esterco em ouro seria mais útil do que estudar que os dinossauros foram extintos porque não embarcaram na Arca de Noé.
Ricardo Linhares: Autor de novelas

*clicando no título você verá a matéria em O Dia online

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